Estou desgastada com a relação com minha mãe.
Acho que ela queria tanto um filho homem que quando nasci, a desilusão e a frustração se transformaram em raiva.
Esta sempre disposta a me criticar e me trata com irônia.
Ás vezes acho que sente prazer em me colocar para baixo.
Parece que nada que eu faça é suficiente para ela.
Há um conflito muito grande em minha cabeça.
Acredito que no fundo ela deve me amar, mas não consigo entender de onde vem toda esta revolta contra mim desde quando eu era pequena. E parece que quanto mais o tempo passa, pior fica.
Ao longo dos meus vinte anos sempre escutei seus xingamentos, pitis, pedidos de morte, entre outras coisas e isso acontece com frequência cada vez maior e por coisas que não tem nada a ver.
Eu nunca fui uma filha ruim ou desobediente.
Nunca lhe faltei com o respeito, sempre fui boa aluna, não saia de casa sozinha, comecei a trabalhar cedo, sempre ajudei com as despesas de casa, enfim, definitivamente não dei trabalho aos meus pais e é por essas e outras coisas que não consigo entender porque ela me trata desta forma.
Sei que ela teve uma infância difícil e que não estava preparada para formar uma família quando engravidou, porém, acredito que isso não lhe dá o direito de descontar toda sua raiva em mim.
Não sei mais o que fazer. Choro muito e ás vezes até desejo morrer.
Por toda minha vida senti o peso do desprezo que meus pais sentem por mim. Cresci achando que só vim ao mundo para lhes infernizar a vida, que sou um nada, uma zé ninguém, imprestável.
Passei todas as fases da vida tentando agrada-la ao máximo, mas sempre me frustrando. Ela fica revoltada comigo por qualquer coisa e passa dias sem olhar para minha cara e sem me dirigir a palavra.
Me sinto muito triste, pois parece que não importa o que eu faça, seja bom ou mal, jamais vou conseguir que ela me ame de verdade, que tenha admiração e orgulho das minhas conquistas e que me dê valor.
Mesmo quando ela estava errada eu sempre permaneci ao seu lado, dando todo apoio e mesmo assim sou obrigada a ouvir que a vida é uma porcaria, que só quero o seu mal, que ela quer morrer, que eu não presto para nada, que sou vagabunda, que sou um obstaculo em sua vida e etc.
Não estou mais aguentando ser tão desprezada e ignorada.
Ás vezes tenho a certeza de que ela me odeia e isso me machuca muito, mas não sei o que fazer para que ela me ame de volta.
Aprendi a viver sem amor, sem receber o apoio de ninguém e me virar por mim mesma quando se trata de problemas emocionais, mas queria apenas que ela me tratasse como trata outras pessoas e me respeitasse um pouco como filha.
Converso com Deus quase 24 horas por dia e peço muito para que isso tudo seja apenas uma fase e que passe logo, pois esta angustia esta acabando comigo.
Não tenho animo para mais nada e não consigo fazer nada direito.
Sinto um desgosto muito grande ao ver minha mãe agindo desta maneira, se envolvendo com pessoas mal caráter e passando noites em claro pelas ruas em meio de bebidas, cigarro e talvez até drogas.
(PS - Não estou dizendo que ela usa drogas, mas anda com pessoas que mexem com este tipo de coisas)
É uma pena que meus conselhos sejam tão mal interpretados por ela.
Luto por minha mãe, tento zelar pela sua vida como se fosse a minha, mas ela não aceita minha ajuda de nenhuma forma e sai espalhando para os seus amigos que quero acabar com sua vida.
Não a julgo, apenas me preocupo com ela.
Só queria o seu bem, que fosse feliz, que tivesse uma vida melhor.
Creio que um dia ela vai conseguir enxergar isso e espero que não seja tarde demais.
Mas por enquanto, só me restam duvidas (...)
O que faço? Como viver assim? Como explicar uma mãe não gostar de sua filha?
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